Marconi Perillo concede entrevista coletiva sobre Odebrecht
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), negou que tenha recebido ou negociado com representantes da empresa Odebrecht doações ilícitas para as campanhas eleitorais de 2010 e 2014. O chefe do Executivo concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira (16), no 10º andar do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia. Ele espera que seja apresentada a verdade dos fatos. Ele declarou que toparia uma acareação com membros da construtora no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O órgão pode autorizar abertura de inquérito contra Perillo.
Marconi Perillo pontuou diversas situações em que foi alvo de questionamentos desde que foram divulgadas as delações dos executivos da Odebrecht como: repasse de dinheiro para campanhas via caixa 2, favorecimento a empresa, cobranças de contrapartidas por ter doado dinheiro para as ações nos processos eleitorais, subdelegações de concessões da Saneago e contratos da Odebrecht com o governo estadual.
Foi destacado pelo chefe do Executivo estadual que há inconsistências e contradições nas delações. Ao expor os fatos, o governador exibiu em um telão trechos dos vídeos de delações que citam o nome dele. Marconi procurou rebater cada citação e em seguida respondeu a perguntas de jornalistas.
Repasse para campanha
O governador disse que se reuniu com o empreiteiro Marcelo Odebrecht para pedir uma contribuição para as campanhas eleitorais de 2010 e 2014, assim como fez com outros empresários como representantes de bancos e outras grandes organizações. Marconi Perillo disse que todas as contribuições eleitorais foram registradas e aprovadas na Justiça Eleitoral e que nunca pediu ou recebeu dinheiro de caixa 2 para campanhas.
Em 2010, a Odebrecht foi procurada para participar de doações legais. Foram R$ 300 mil repassados a campanha de Perillo, já em 2014, R$ 2,2 milhões. Marconi declarou que ao procurar as empresas não houve pedido específico de valores e após os desdobramentos não houve favorecimento a empresa.
De acordo com as delações, a Odebrecht teria efetuado o pagamento de caixa dois na ordem de R$ 8 milhões à campanha de Perillo de 2014. Segundo as declarações, no ano de 2010, o tucano já teria recebido R$ 2 milhões de caixa dois à primeira campanha.
Ainda no tema Caixa 2, o governador apontou que adversários declararam campanhas baratas, mas que receberam dinheiro de caixa dois. Ele disse que sabe que isso ocorre, mas que não tem como provar. Marconi declarou que na campanha dele foi colocado no teto os valores para que tudo fosse feito “sem a necessidade de caixa dois”’.
R$ 50 milhões
Um dos pontos mais rebatidos pelo governador durante a entrevista foi a acusação de que ele teria recebido R$ 50 milhões de forma ilegal da Odebrecht na campanha eleitoral de 2014. Marconi argumentou que na ocasião os gastos de toda a coligação ficaram em R$ 34 milhões e que nem se fosse candidato da presidente da República pediria este valor.
“Não há cabimento pedir a única empresa todos os gastos de uma campanha. Não teria nem amparo legal ter um único doador”, declarou Perillo durante a entrevista. Ele completou dizendo que no máximo poderia ter dito em alguma conversa o valor global que se imaginava gastar na campanha.
* Fonte: Diário de Goiás
* Foto: Governo de Goiás