Trump anuncia cessar-fogo entre Israel e Hamas

Segundo Trump, o acordo, que representa a primeira fase de seu plano de paz, prevê também a libertação dos cerca de 20 reféns ainda vivos em poder do Hamas em troca de prisioneiros palestinos, além da retirada parcial do Exército israelense do território. Com o pacto, a entrada de ajuda humanitária em Gaza também deve aumentar sensivelmente.
O cessar-fogo deve ser assinado na quinta-feira (9/10), no Egito. Os reféns devem começar a ser libertados no fim de semana
“Tenho muito orgulho em anunciar que Israel e o Hamas assinaram a primeira fase do nosso Plano de Paz. Isso significa que TODOS os reféns serão libertados em breve e Israel retirará suas tropas para uma linha acordada, como os primeiros passos em direção a uma paz forte, duradoura e eterna”, disse Trump na publicação no Truth Social.
Ele acrescentou: “Todas as partes serão tratadas com justiça! Este é um GRANDE Dia para o Mundo Árabe e Muçulmano, Israel, todas as nações vizinhas e os Estados Unidos da América, e agradecemos aos mediadores do Catar, Egito e Turquia, que trabalharam conosco para tornar este Evento Histórico e Sem Precedentes possível”.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed Al-Ansari, disse que o acordo faz parte da primeira fase do plano de paz de Trump para o Oriente Médio. “O cessar-fogo em Gaza levará ao fim da guerra, à libertação de reféns israelenses e prisioneiros palestinos e à entrada de ajuda”, disse.
Segundo ele, os detalhes dessa primeira fase do acordo serão divulgados posteriormente.
Netanyahu fala em acordo histórico
O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, descreveu o acordo como “um ponto de virada crucial”, bem como “um sucesso diplomático e uma vitória nacional e moral” para Israel. Ele também agradeceu ao presidente Trump por “seu compromisso inabalável com a segurança de Israel e a liberdade de nossos reféns”
Netanyahu não forneceu mais detalhes sobre o acordo. O gabinete de ministros deve se reunir na quinta-feira para referendar o pacto, mas não deve haver empecilhos para sua aprovação. “Com ajuda de Deus, traremos todos os reféns para casa”, disse.
O grupo que reúne a família dos reféns celebrou o cessar-fogo e disse que não descansará até que o último deles esteja em casa.
Hamas pede que Israel mantenha acordo
Por meio de seu canal no Telegram, o Hamas pediu que Trump e os mediadores árabes pressionem Israel a manter o acordo, que, segundo o grupo, levará ao fim da guerra e a retirada israelense de Gaza.
Segundo o Hamas, cabe aos negociadores obrigar o governo israelense a implementar integralmente os requisitos do acordo e não permitir que ele se esquive ou atrase a implementação do que foi negociado.
Israel rompeu um cessar-fogo similar negociado por Trump em janeiro após pressão interna da coalizão de ultradireita de Netanyahu.
Plano de paz para Gaza
As negociações começaram na cidade turística egípcia de Sharm el-Sheikh na segunda-feira, uma semana após Trump apresentar seu plano de paz para Gaza.
Na sexta-feira (3/10), o Hamas emitiu um comunicado afirmando estar pronto para colaborar com o plano de Trump de libertar todos os reféns israelenses restantes mantidos em Gaza em troca de prisioneiros palestinos.
O gabinete do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, respondeu afirmando que seu país estava se preparando para a libertação dos reféns.
Trump anunciou sua proposta em 29 de setembro, durante uma reunião com Netanyahu na Casa Branca. Netanyahu ofereceu seu apoio ao plano na época, dizendo que ele “atinge nossos objetivos de guerra”.
Embora a declaração do Hamas tenha expressado a disposição de libertar os reféns, não há concessões sobre muitos outros aspectos do plano de Trump, incluindo a desmilitarização de Gaza. Netanyahu insiste que não concordará em encerrar a guerra a menos que o Hamas se desarme. (Agência Estado)
