Febre amarela provoca mais uma morte em São Paulo

Um morador de São Paulo é a mais recente vítima da febre amarela silvestre autóctone (transmissão local) no Estado, segundo a secretaria estadual da Saúde.

A secretaria suspeita que o morador tenha contraído a doença em Monte Alegre do Sul (a 130 km de São Paulo), onde tinha uma chácara. Essa é a nona morte no Estado este ano, e a quarta por transmissão local -as outras três mortes autóctones foram em Américo Brasilense, Batatais e Araraquara.

As demais vítimas são consideradas importadas, quando o contato com o vírus ocorre fora do Estado. Segundo a secretaria, todos os casos importados são de pessoas que haviam visitado cidades mineiras, onde há um surto da doença. De acordo com a pasta, há 25 pessoas suspeitas que estão sendo tratadas. Dessas, oito têm histórico de deslocamento para Minas Gerais.

Desde o ano passado até o momento, diz a secretaria, foram confirmados 54 casos de febre amarela em macacos em regiões silvestres de Ribeirão Preto, Barretos, Franca, São José do Rio Preto, São João da Boa Vista, Sorocaba e Campinas. Nessas regiões já foram feitas ações de busca e bloqueio de vetores e pesquisas em matas próximas aos locais onde os macacos foram encontrados.

A presença de macacos doentes ou mortos pode indicar circulação do vírus da febre amarela. A secretaria orienta a população a acionar imediatamente o serviço de saúde mais próximo caso observem um macaco aparentemente doente ou morto. A pasta lembra que a transmissão do vírus da febre amarela é feita apenas pela picada de mosquitos silvestres infectados.

Vacina

A secretaria alerta que a vacina contra a febre amarela é indicada apenas aos moradores de áreas de risco definidas pelo Ministério da Saúde e para aqueles que vão viajar a esses locais.

Segundo a pasta, a imunização não está indicada para gestantes, mulheres amamentando crianças com até seis meses e imunodeprimidos, como pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticoides em doses elevadas (portadores de Lúpus, por exemplo).

De acordo com o ministério, não há registro até o momento de transmissão urbana da doença, o que ocorreria por meio de outro vetor, o mosquito Aedes aegypti. A febre amarela urbana não é registrada no Brasil desde 1942.

O risco de um retorno da febre amarela urbana, no entanto, não pode ser descartado, aponta a OMS (Organização Mundial de Saúde). Em boletim divulgado no início de fevereiro, a organização alerta para o risco de que a doença se espalhe para outros países da América do Sul.

Segundo a organização, a ocorrência de mortes de macacos em Roraima, Mato Grosso do Sul e Paraná, Estados que fazem fronteira com Venezuela, Argentina e Paraguai, “representa um risco de circulação do vírus” para estes locais. (Folhapress)

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