Professora goiana disputa vaga para levar pesquisa ao espaço
A professora de Química do Colégio Marista de Goiânia, Thaiza Montine, é uma das participantes da competição organizada pela agência espacial SERA – Space Exploration and Research Agency, que conta com candidatos de mais de 150 países em busca de uma das seis vagas para participar de uma missão espacial no foguete New Shepard, da Blue Origin.
Nascida em Goiânia, a educadora faz uma pesquisa que visa melhorar a vivência dos astronautas em ambientes de microgravidade. O projeto, desenvolvido no Instituto Geração de Marte e na Habitat Marte Analog Station, em parceria com outros dois pesquisadores, propõe o desenvolvimento de uma máscara com um sistema integrado de sentidos. Utilizando tecnologias de indução auditiva (ondas binaurais), olfativas (aromaterapia), e visual (fotos e vídeos relacionados à natureza), a solução proporciona um ambiente personalizado e calmante, promovendo o bem-estar e a eficiência dos tripulantes durante missões espaciais.
“Quero trazer de volta para a Terra os resultados desse experimento, para investigar como a tecnologia pode ser adaptada para melhorar a vida cotidiana na Terra, como ambientes de trabalho, áreas de recuperação em hospitais e/ou para indivíduos com dificuldades de sono”, afirmou Thaiza.
Sobre a vontade de ir ao espaço, a professora conta que desde pequena sonhava com tocar o céu. Em busca desse objetivo, ela subia no telhado de casa para observar as estrelas e acompanhava as chuvas de meteoros pelo “calendário do céu” que vinha em uma famosa revista de divulgação científica. Assim, durante a época de estudante ela encontrou-se no mundo científico, e começou a dedicar-se à área.
Entrou na Universidade Estadual de Goiás ainda aos 16 anos, onde cursou Licenciatura em Química, com habilitação em Ciências e Matemática. Logo no estágio, já se apaixonou pela sala de aula, onde permanece atualmente, 27 anos depois.
Thaiza inseriu-se no universo da Pesquisa Espacial no ano de 2018, através de um convite recebido para participar do Projeto Garatéa-ISS. Em parceria com o National Center For Earth And Space Science Education, nos Estados Unidos, a Missão Garatéa era parte do Programa Experimental de Voos Espaciais (Student Spaceflight Experiment Program), projeto americano que enviava anualmente experimentos de estudantes para a Estação Espacial Internacional.
A possibilidade de viajar ao espaço trouxe de volta a ansiedade, mas agora, com finalidade, e não apenas algo distante. Thaiza sempre sonhou em ser cientista e astronauta, mas achava que era algo relacionado a sua paixão de infância, e que essa possibilidade nunca chegaria de verdade.”Sempre quis ir além, nunca me contentei em apenas ver algo funcionando, precisava saber como funciona, como é por dentro, e contar isso para as outras pessoas, mostrar como tudo acontece”.
A corrida da SERA para o espaço acontece em três fases. Na Fase 1, foi necessário juntar SpaceDust, a moeda token da competição, para conquistar o selo de candidato a astronauta e entrar nos rankings regionais e global. Na Fase 2, os participantes verificados competem em suas regiões e precisam conquistar apoio: quanto mais pessoas doarem SpaceDust para sua candidatura, maiores as chances de avançar. Os três mais votados de cada região seguem para a fase final, onde formam equipes que participam de treinamentos transmitidos como um reality show. A comunidade então vota na equipe favorita, e o time vencedor será treinado pela Blue Origin no Texas antes de voar no foguete New Shepard.
Como ajudar
O público pode contribuir diretamente com a candidatura da professora do Colégio Marista Goiânia, Thaiza Montine. A votação é realizada em uma comunidade no Telegram, onde é possível criar um perfil e participar da missão junto com ela.
Além disso, Thaiza lembra que é possível ajudar de outras formas: engajando nas postagens com a hashtag da competição, participando da comunidade e canal de transmissão dela no Telegram e acompanhando sua jornada pelos canais oficiais. O anúncio dos 18 selecionados para a etapa final será feito no final de outubro.
“Toda participação, toda ajuda, conta! E, mais do que ajudar a algum dos participantes, apoiar esse projeto é uma forma de fazer divulgação científica, uma forma de mostrar que pessoas comuns, de qualquer lugar do mundo, podem tornar seus sonhos realidade. Quero despertar, nas próximas gerações, o amor pelo espaço, a paixão pela Ciência”, concluiu a professora.
( Assessoria de Imprensa do Colégio Marista Goiânia Fernando Mesquita )