Joaquim Barbosa defende eleições diretas

O ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa disse nesta quarta (7) que não descarta se candidatar a presidente da República. Ele defende eleições diretas no caso de uma eventual substituição de Michel Temer.

Questionado por jornalistas sobre “o apelo de parte da sociedade” em sair candidato à Presidência, respondeu que “é uma decisão difícil de tomar”.
Indagado se a possibilidade está descartada, Barbosa afirmou: “Olha, eu sou cidadão brasileiro, cidadão pleno, há três anos livre das amarras de cargos públicos.

Portanto, a decisão de me candidatar ou não está na minha esfera de deliberação”.
Joaquim Barbosa disse que já conversou com líderes de partidos políticos sobre o assunto. Citou Marina Silva, do Rede Sustentabilidade, “no ano passado”, e disse que “mais recentemente” teve conversas com PSB.

“Mas nada concreto, mesmo porque não sei se eu decidiria dar esse passo”, completou.

Antes das declarações, durante evento no STF, o ministro Luís Roberto Barroso lembrou que Barbosa já despontou em pesquisas eleitorais como presidenciável e destacou seu “trabalho exemplar” como relator do mensalão.

“Vossa excelência é frequentemente lembrada como um possível candidato à Presidência da República. Não importa se vossa excelência não tem vontade ou interesse. A lembrança, por si só, é lisonjeira. Demonstra que a nação reconhece que vossa excelência é, tanto no plano simbólico, quanto no plano real, o jovem humilde que saiu de Paracatu de Minas para se tornar um orgulho para o Brasil”, disse Barroso.

Barbosa afirmou que o país passa por “momento tempestuoso” na política, em que os “representantes eleitos não cumprem bem sua missão constitucional”. Segundo ele, cabe ao Supremo, “como órgão de calibragem e moderação, ter uma vigilância redobrada”.

DIRETAS

Para o ex-presidente do tribunal, não há “tabu” em alterar a Constituição “em uma situação de emergência como essa para dar a palavra ao povo”, no caso de vacância do cargo de presidente da República.

“Já defendi isso, antes do impeachment. Naquele momento era constitucionalmente viável, mas faltou liderança para o país”, disse ele a jornalistas.

“Acho que o momento é muito grave. Caso ocorra a vacância do presidente da República, a decisão correta a tomar é essa”, acrescentou. (Folha Press)

 

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