João de Deus, filho e esposa são denunciados por crimes
A força-tarefa do Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO) que investiga os crimes praticados pelo médium João Teixeira de Faria, de 76 anos, o João de Deus, apresentou nova denúncia à Justiça. Desta vez, além do médium, o filho dele, Sandro Teixeira de Oliveira e a mulher, Ana Keyla Teixeira, também são denunciados. Esta é a terceira vez que o órgão ministerial apresenta denúncia contra o médium.
Mais de 680 relatos foram feitos aos promotores através do e-mail disponibilizado para denúncias. Até agora, a força-tarefa já contabiliza mais de 310 vítimas e ouviu mais de 160 mulheres. “São vítimas com depoimentos já formalizados que serão usados para a composição dos processos e demais investigações”, disse o promotor Luciano Miranda Meireles.
João de Deus, que já foi acusado duas vezes antes, recebeu mais duas acusações diferentes — posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e estupro de vulnerável. A esposa dele, Ana Keyla, também responderá pelo crime de posse ilegal de arma de fogo. Junto com o filho, João de Deus também foi denunciado à Justiça por corrupção ativa e coação de testemunhas. O caso aconteceu em 2016 e, segundo promotores, uma rede de proteção do médium, com possibilidade de envolvimento de funcionários públicos, impediu que uma denúncia na Polícia Civil fosse investigada.
ESTUPRO DE VULNERÁVEL
Em uma das duas denúncias apresentadas nesta quinta-feira (24), o Ministério Público Estadual aponta cinco estupros de vulneráveis que teria acontecido entre março de 2010 e junho de 2016. As idades das vítimas variam entre 33 e 38 anos, e são de São Paulo (4) e Distrito Federal. Uma das vítimas, em atendimento privativo, foi abusada mais de uma vez, segundo o MP-GO. A promotora Paula Moraes de Matos explica que a tipificação usada para este crime leva em consideração a vulnerabilidade que as vítimas estavam ao procurar o médium com esperança de algum tipo de cura.
“Muitas delas com problemas de saúde delas mesmas ou de seus familiares; extremamente debilitadas emocionalmente acreditavam que a última salvação para suas vidas estava no senhor João Faria, que na mente delas, era a representatividade de Deus na terra”, disse Paula Moraes, durante entrevista coletiva. (Fonte e Foto: É Mais Goiás )