Ginásio Anchieta fecha sua escola em Silvânia a partir do próximo ano
Em nota oficial de esclarecimento enviada nesta quarta-feira, 25 de setembro, para a comunidade educativa do Ginásio Anchieta, a Inspetoria São João Bosco, mantenedora da unidade, reafirmou que não irá renovar convênio com a Secretaria Estadual de Educação, determinando assim o fechamento da escola em 2020.
No dia 11 de setembro, em ofício enviado à Secretaria Estadual de Educação, a Inspetoria já havia afirmado que o convênio não seria renovado para 2020. Desde então, professores, funcionários, pais e alunos do Ginásio Anchieta iniciaram um movimento para garantir que a escola continuasse com suas atividades em Silvânia.
Na semana passada, foi realizada uma reunião onde foi formada uma comissão de pais que ofereceu para a Inspetoria aumentar a mensalidade dos alunos para suprir a contra partida que seria do Estado. A proposta foi enviada, e nesta quarta-feira, chegou uma resposta negativa a essa proposta.
Larissa Cristina, funcionária do Ginásio Anchieta, explicou que a Inspetoria São João Bosco alegou que mesmo com essa proposta dos pais, a instituição não tem condições de arcar com as despesas para manter o funcionamento da escola. Outra alegação é que a proposta do governo de pagar 80% dos professores é somente para 2020, e que no final do ano que vem, o convênio teria que ser novamente discutido, sendo mais um desgaste para todos.
Larissa destaca que a intenção é continuar a luta para convencer a Inspetoria para que não encerre as atividades do Ginásio Anchieta, que tem uma história de 94 anos em Silvânia.
Confira abaixo a íntegra da nota oficial da Inspetoria São João Bosco enviada à comunidade educativa do Ginásio Anchieta:
“A Inspetoria São João Bosco, mantenedora do Ginásio Anchieta, vem esclarecer que a decisão tomada por seus órgãos superiores de não renovação do convênio é fruto de uma exaustiva análise de viabilidade frente ao que foi proposto em parceria pela Secretaria de Estado da Educação de Goiás.
Reconhecemos o esforço daquela Secretaria com a publicação da nova portaria, qual seja, Portaria nº 3700/2019. Contudo, a proposta em questão mantém o caráter de inviabilidade quanto à manutenção administrativa, predial e gerencial do Ginásio Anchieta.
O cenário da educação básica do país, no que tange o insalutífero mercado privado, sinaliza déficits de demandas endossados pela crise econômica estabelecida no Brasil há mais de quatro anos, o que não nos permite gerir atividades sem o subsídio necessário.
O propósito educacional da Inspetoria São João Bosco está amparado no desenvolvimento de competências socioemocionais, cognitivas e comunicativas dos alunos, à luz do carisma salesiano, como praticado no Ginásio Anchieta no decorrer dos anos.
A Instituição esclarece, outrossim, que é de seu total interesse o direito de crianças, jovens e adolescentes para receberem uma educação de qualidade e estruturada, entretanto o que lhe foi proposto não é compatível com o que é necessário para a continuidade das inúmeras atividades de cunho assistencial e educacional por ela desenvolvidas, ou seja, a manutenção do Convênio é inviável para a Inspetoria.
Conquanto, visando demonstrar a sua intenção de continuar contribuindo com a educação em Silvânia, a Inspetoria São João Bosco coloca-se à disposição para ceder o direito de uso do seu imóvel (Ginásio Anchieta) para o Estado de Goiás, para fins de continuidade das atividades escolares no local, mediante a celebração do competente e adequado instrumento jurídico para tal finalidade, após consenso entre ambas as partes, que definirá seu prazo, os custos a cargo do Estado, dentre outras condições”.
( Fonte: Rio Vermelho FM )
Boa noite. Fui aluno do Ginásio Anchieta no início da década de 80. Afirmo que foi fundamental em minha formação e aprendi muito sobre responsabilidades, deveres cívicos e principalmente morais. O Ginásio Anchieta, que naquela época tinha o Pe. José como vice-diretor e responsável por cuidar de todos os alunos, além de atender estudantes da cidade, como eu, que iam para a aula de manhã e retornavam para casa no horário do almoço, também mantinha um número considerável de alunos internos, que ajudavam na manutenção da escola, trabalhando na nos pomares, hortas, etc.
Foi o meu melhor período escolar e me recordo perfeitamente das filas no pátio antes de iniciarmos as aulas todos os dias, onde cantávamos o hino nacional. Das brincadeiras com os diversos aparelhos fixos existentes na área verde da escola, e como não citar os pés de Eugênio, que pelo que pude perceber em fotos, parece que foram substituídos por palmeiras. Que escola maravilhosa e que lamentável saber que está com os dias contados. Vim atrás de notícias, justamente porque estava perto do centenário e eu queria me informar para me programar e tentar participar, caso houvesse alguma celebração. A cidade de Silvânia perde imensuravelmente com o fechamento desta escola, mas oro ao SENHOR para que ainda haja uma solução e que história tão rica e engradecedora não seja desperdiçada e jogada ao esquecimento natural da inexistência.