Gás tóxico mata mais de 50 na Síria
Um ataque com gás tóxico na manhã desta terça-feira (4) deixou ao menos 58 mortos na cidade de Khan Sheikhun, no oeste da Síria, afirmou a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos. Entre as vítimas estariam 11 crianças, de acordo com a entidade.
O observatório informou que todas as vítimas são civis e morreram quando eram levadas para hospitais da região, no sul da província de Idlib, área controlada por rebeldes opositores do ditador Bashar al-Assad. O gás sufocou as vítimas e provocou desmaios e vômitos.
Mais de 60 pessoas ficaram feridas após o ataque, segundo a entidade, que acusou o regime de Assad. Uma fonte do Exército sírio negou veementemente à Reuters que as forças do governo tenham usado armas químicas. “O Exército não usa e nunca usou esse tipo de arma porque não a possui em primeiro lugar.”
A França convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para discutir o ataque.
O chefe das autoridades de saúde de Idlib, Mounzer Khalil, disse acreditar que o gás é sarin ou cloro. “A maioria dos hospitais na província de Idlib estão transbordando de pessoas feridas”, afirmou.
Segundo a Defesa Civil síria, bombardeios na sequência atingiram um posto médico onde vítimas do primeiro ataque recebiam atendimento.
A chefe da diplomacia da União Europeia afirmou que o regime de Assad é responsável pelo ataque químico. “Obviamente a principal responsabilidade ali recai no regime, porque tem a responsabilidade de proteger sua gente e não de atacá-la”, afirmou Federica Mogherini.
“É uma lembrança trágica de que a situação em terra segue sendo dramática”, completou Mogherini, que chefia nesta terça e quarta-feira (5) uma reunião organizada junto à ONU, em Bruxelas, sobre o conflito sírio.
O enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, afirmou que o ataque químico veio do ar e reforçou que o Conselho de Segurança vai exigir responsabilidade.
O chanceler turco, Mevlut Cavusoglu, classificou a ação em Idlib como um crime contra a humanidade.
Este é o ataque químico mais letal na Síria desde agosto de 2013, quando o uso de gás sarin em Ghouta deixou milhares de mortos.
Os Estados Unidos e outras potências ocidentais acusaram o regime de Assad pelo ataque. Damasco negou e jogou a culpa nas forças rebeldes. (Folhapress)