Futebol: Clubes propõem redução de salário

Goiás e Atlético, os dois times do Estado que disputam a série A do campeonato Brasileiro de 2020, adotaram uma estratégia conjunta para evitar o rombo nas finanças durante a quarentena do coronavírus. As equipes enviaram proposta conjunta ao sindicato dos atletas no Estado de corte de 50% dos vencimentos, mas a oferta foi rejeitada e os clubes devem partir para negociações individuais.

Medidas parecidas estão sendo tomadas por times de futebol em todo o Brasil. Ceará, Fortaleza, Grêmio e Atlético-MG decidiram reduzir os salários dos elencos durante a pandemia. Os clubes nordestinos e o gaúcho entraram em acordo com jogadores e o sindicato da categoria. O time mineiro, por sua vez, tomou decisão unilateral.

Das 20 equipes da elite nacional, apenas Coritiba e Red Bull Bragantino descartam, por ora, diminuir salários.

Ceará e Fortaleza vão pagar 75% do valor da carteira de trabalho referente a março no próximo dia 20 de abril. Os 75% de direitos de imagem, no último dia do mês. Os 25% restantes dos dois contratos serão parcelados a partir de julho.

O CEO do Grêmio, Carlos Amodeo, não revela o percentual, mas afirma que o clube já chegou a um acordo com o elenco para diminuir a folha salarial durante a paralisação. Ele afirma que o acordo é parte de um plano financeiro emergencial que estima prejuízo de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões se o futebol não retornar até 30 de junho. Se a paralisação durar mais, seriam de R$ 8 milhões a R$ 10 milhões por mês.

O Atlético-MG decidiu reduzir em 25% os salários dos atletas profissionais, diretores e integrantes da comissão técnica.

“Se alguém estiver insatisfeito, a gente faz o desligamento”, disse o presidente do clube, Sérgio Sette Câmara. A decisão aconteceu depois de o lateral Guilherme Arana, contratado este ano pelo clube, ter se mostrado contrário à medida.

“Acho que não justifica. Eu acho que a gente, jogador, não tem nada a ver com isso. Temos que seguir as coisas que o pessoal vem passando na TV, o que os doutores falam. Essa redução de salário, na minha opinião, não convém, porque é o mundo que está paralisando”, disse ele, na última quinta (26), à Fox Sports.

A Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais), entidade nacional dos jogadores, rejeitou a proposta da CNC (Comissão Nacional dos Clubes) de diminuir em 25% os salários de todos os jogadores. Houve equipes que partiram para acordos com sindicatos estaduais ou com os próprios integrantes dos elencos.

Em acordo com a CBF, os times deram 20 dias de férias coletivas para os jogadores, válidas a partir desta quarta (1º) e prorrogáveis por mais 10 dias. Se o futebol não tiver voltado no início de maio, os demais clubes da Série A estudam praticar as reduções salariais, enquanto a CBF se comprometeu a buscar com o governo federal um acordo quanto ao pagamento das prestações do Profut, o programa de parcelamento das dívidas das agremiações.

“Este mês de março vamos ter de negociar. Depois veremos o que será feito. [Negociar a redução de salários] É uma possibilidade. Ficou acertado que os clubes estão liberados para ter essa conversa com os jogadores individualmente. Não estamos com essa grana toda em caixa e vivemos no aperto, mas pagando em dia, com exceção do direito de imagem, que atrasou dois meses”, afirma José Carlos Peres, presidente do Santos.

Clubes com as maiores folhas de pagamentos do futebol nacional, Palmeiras e Flamengo afirmam que vão pagar os salários de março normalmente, mas que, se a situação não mudar, há estudos sobre o impacto financeiro da ausência de receitas a partir de maio. Um dos caminhos possíveis é negociar uma redução temporária.

Segundo a assessoria de imprensa do São Paulo, “todos os caminhos são possíveis”, mas o assunto está em análise. O mesmo vale para Botafogo e Fluminense -de acordo com o clube tricolor, diretores e gerentes reduziram seus salários em 15%.  ( É Mais Goiás )

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