FMI: Brasil volta a crescer em2020
O FMI (Fundo Monetário Internacional) afirma, em novo relatório divulgado nesta quarta (19), que a aprovação da PEC que limita os gastos públicos nos próximos 20 anos e a possível concretização de reformas, como a da Previdência, devem ajudar a reduzir o deficit primário do Brasil nos próximos anos.
A previsão do FMI, no entanto, é que o país só volte a ter superavit primário em 2020, quando alcançará um resultado positivo relativo a 0,7% do PIB (produto interno bruto).
Neste ano, o deficit previsto é de 2,3% do PIB (contra 2,5% em 2016). A redução gradual passará por deficits de 1,1% do PIB em 2018 e 0,2% em 2019. Para 2022, a previsão é de superavit de 1,6% do PIB.
“A emenda constitucional adotada no fim de 2016, que estabelece um teto para os gastos federais em termos reais para as próximas duas décadas, deve ser complementada por uma reforma de seguridade social, que as autoridades apresentaram ao Congresso e planejam adotar neste ano”, diz o documento “Monitor Fiscal”.
“No médio prazo, o congelamento de gastos em termos reais vai ajudar a reduzir o deficit num ritmo relativamente rápido, apesar de que a dívida pública deve continuar a subir por muitos anos.”
O relatório prevê, inclusive, que a dívida bruta do país seguirá crescendo todos os anos até 2022, quando atingirá 87,8% do PIB. Em 2017, ela chegará a 81,2% -aumento menos expressivo que nos dois últimos anos, mas mesmo assim, um índice superior ao de 2016, de 78,3% do PIB.
Apesar de o novo relatório prever um aumento constante, a dívida bruta prevista agora é menor que a do último levantamento, divulgado em outubro. Na época, a previsão era de uma dívida de 93,6% em 2021 -agora, é de 86,4%.
As estimativas do governo brasileiro apresentadas nesta semana são mais otimistas: uma dívida de 76,9% do PIB em 2019 (no relatório do FMI, o índice previsto é 83,1%), e até mesmo uma redução em 2020, para 77,7% do PIB (contra 84% previstos pelo FMI).
Os dados constam no anexo ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2018 apresentado na última segunda (17) pelo governo ao Congresso. (Folhapress)