Corumbá Concessões leva capacitação ambiental a moradores de Abadiânia
A importância da recuperação de áreas degradadas foi o tema de um curso de educação ambiental realizado na comunidade Três Veredas, em Abadiânia, em10 de fevereiro, com o objetivo de capacitar os moradores nos cuidados com a terra e com os recursos hídricos e na recuperação de áreas degradadas.Cerca de 35 moradores aprenderam a identificar espécies do Cerrado, entre outros assuntos da atividade, que faz parte do programa Energia com Responsabilidade Socioambiental da Corumbá Concessões.
Na parte da manhã, os participantes fizeram um estudo dirigido, quando cada um aprendeu e também ensinou aos demais sobre as características de algumas espécies vegetais do Cerrado. A oficina contou com a presença do prefeito José Diniz e do secretário de Meio Ambiente, Edimilson Gomes de Godoy.O prefeito avaliou como “muito positiva” a oficina de educação ambiental e agradeceu pela contribuição da Corumbá Concessões à comunidade. “Nós temos muitos problemas porque muitas vezes as pessoas não tinham conhecimento de que as ações que estavam fazendo poderiam amanhã ou depois prejudicar o meio ambiente e a todos nós”, disse.
“Nesse momento de escassez de água, que acontece não só na região, mas no Estado e no país, nós vemos com otimismo algumas iniciativas de diminuir o plantio de algumas culturas, como o eucalipto, que interferem na produção de água”, comenta. Segundo ele, a prefeitura de Abadiânia acaba de adquirir oito mil mudas (dessas, cinco mil são do Cerrado), que serão plantadas na área do córrego Soledade, que abastece o município, e em outras regiões.
“Todas as ações voltadas para melhorar o meio ambiente são bem vindas. E pela primeira vez, aqui na comunidade, vemos uma iniciativa que defende esta causa, que deveria ser de todos”, avalia a professora e moradora de Três Veredas, Maria Natal Lima. Para ela, o maior problema ambiental que aflige a comunidade é o de nascentes destruídas, que provocam um efeito dominó: “Se seca uma nascente, seca um rego, que seca um córrego, e depois um rio e, lógico, vai diminuir a água do Planeta”.
Nascente volta a brotar
Uma nascente surpreendeu recentemente os moradores de Três Veredas porque secou, pela primeira vez, depois de mais de 100 anos minando água com fartura. Com as últimas chuvas ela voltou a brotar e, para evitar que voltasse a secar, os participantes do curso plantaram 200 mudas do Cerrado no seu entorno. “Foi uma calamidade e sofrimento para nós. A água da nascente foi diminuindo, diminuindo até secar. Mas, com os recursos que a Corumbá trouxe, ela não vai secar mais, se Deus quiser”, comentou o morador Ataíde da Silva. Ele diz que a maioria das pessoas da comunidade não sabia, antes do curso, reconhecer bem as espécies próprias para revegetar áreas de nascente, em solos úmidos e secos.
Entre os participantes da capacitação produtiva estavam Marcelo Rodrigues da Mata, esposa e filho, de Gameleira de Goiás. Ele conta queprocurou o curso porque em sua cidade não havia conseguido informações sobre falta de água decorrente de áreas de nascentes degradadas. “Com as orientações que recebi aqui já sei como revegetar áreas e agora vou correr atrás de mudas para plantar na minha propriedade”, disse satisfeito.
Para a geógrafa Marinez Caetano de Castro, analista ambiental da Corumbá Concessões que ministrou o curso, o meio ambiente está sofrendo as consequências da ação do ser humano, principalmente pelo desmatamento, que resulta na falta de água.“A vegetação de grande ou pequeno porte tem uma função muito especial de segurar o solo e permitir que o lençol freático seja abastecido por água das chuvas. Quando o proprietário corta, ou faz a roçagem as árvores pequenas, ele impede a sucessão ecológica, que mantém a floresta em pé e protege a fauna. Isso significa que todas as árvores são importantes para que exista água disponível nas nascentes”, explicou.
Segundo Marinez de Castro, o corte de árvores pequenas ou de plantas que nascem espontaneamente é visto pelo produtor rural como limpeza da área e, desta maneira, as pessoas se sentem encorajadas a praticarem a roçagem principalmente paraplantio, construção de condomínios e pastagem. “A questão é que sem vegetação não tem água e sem água não há prosperidade para ninguém. Se formos mais adiante, vamos perceber que estamos ocupando todas as áreas sem considerar a presença dos animais silvestres”, finalizou