Filha de produtora rural se torna técnica de campo do Senar Goiás
Na Fazenda Jambreiro, município de Simolândia, a 460 quilômetros de Goiânia, Virgínia Maria Carneiro, ao lado do companheiro Daniel Bispo, cultiva a terra há décadas, mantendo viva a tradição da agricultura familiar. Hoje, a produção diversificada na propriedade inclui queijos, gado, galinha caipira, banana, rapadura, ovos e quitandas caseiras, doces, entre outros. O que chama atenção é que o que antes se resumia à produção de bananas, teve uma ampliação graças à Assistência Técnica e Gerencial do Senar Goiás (ATeG), com uma técnica de campo especial: Luciene Maria Carneiro, filha da dona Virgínia.
“Meus pais sempre foram produtores rurais. Eu cresci vendo isso e, desde nova, percebi a importância de melhorar a produção. Foi por isso que decidi estudar na área, porque queria ajudar dentro da propriedade e oferecer algo a mais para eles”, diz Luciene.
Virgínia se emociona ao falar sobre a trajetória da filha, que viu crescer em meio aos afazeres do campo. “A Luciene sempre foi dedicada. Quando começou a trabalhar com o Senar, a gente viu como ela podia transformar a nossa produção, organizar mais, melhorar o jeito de fazer. É um orgulho ter minha filha ajudando aqui dentro da fazenda”, afirma.
Luciene iniciou sua jornada profissional identificando uma lacuna na própria comunidade rural: a ausência de produtores organizados para entregar alimentos ao PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar). Com visão empreendedora, ela reuniu outros produtores e criou um grupo informal para realizar essas entregas.
“Vi que não tinha ninguém atendendo esse programa na cidade. Então, organizei um grupo para começar esse trabalho. A gente não era formalizado, mas nós conseguimos fazer as primeiras entregas. Foi assim que conheci um coordenador do Senar, que me convidou para fazer parte da equipe”, lembra.
Desde então, Luciene passou a integrar o time de técnicos do Senar Goiás. Já está no terceiro ano de atuação e, hoje, além de atender diversas propriedades na região, continua prestando assistência técnica à própria família.
“É muito gratificante poder ajudar meus pais com o que aprendi. Aqui na Fazenda Jambreiro, aplicamos as boas práticas que ensino aos outros produtores. E o melhor é ver os resultados acontecendo dentro da minha própria casa”, afirma.
Luciene também ajudou a fundar a Cooper Cerrado, uma cooperativa que reúne produtores do Nordeste Goiano para facilitar o escoamento da produção rural. “A assistência técnica ensina o produtor a produzir melhor, mas o grande gargalo é a comercialização. A cooperativa surgiu para isso. Eu, o presidente Alan Pereira, a vice-presidente Juciene Santos e todos os que compõem a associação lutamos para facilitar as vendas e formalizar a participação em programas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA Federal e Estadual). Hoje entregamos para mais de 29 escolas públicas”, explica Luciene, que também é responsável pela área financeira da cooperativa.
O caso de sucesso de Virgínia e Luciene mostra que o campo goiano está se transformando com a força da mulher, da família e do conhecimento técnico. E, mais do que isso, revela como tradição e inovação podem caminhar lado a lado e dentro da mesma propriedade.
“A gente sempre trabalhou duro, mas agora, com o conhecimento técnico da Luciene, tudo mudou. Ela trouxe um novo olhar, e isso está fazendo a diferença na nossa vida e na vida de muitos produtores daqui”, conclui Virgínia. ( Fonte e Foto: Sistema FAEG/SENAR )